Na função objetiva do signo é preciso distinguir duas coisas: designar e significar. Por exemplo, dizemos que o substantivo ‘homem’ designa todos os homens individuais, enquanto ‘humanidade’ significa o que é cada homem: a designação corresponde à extensão do conceito objetivo e a significação a seu conteúdo, Com referência à designação, fala-se do extensional, enquanto que com referência à significação fala-se do intencional. O designado por um nome chama-se ‘designatum’ deste nome.
A designação é urna função menos importante que a significação; com esta se dá sempre a designação e não vice-versa. A razão está em que a mesma classe de ‘designata’ pode ter diferentes conteúdos, isto .é, que para uma única classe de ‘designata’ podem corresponder diferentes significações. Tomemos, por exemplo, a palavra ‘triângulo’. Enumerando todos os triângulos, temos a designação da palavra; mas a esta designação podem corresponder bem diferentes significações, como é o caso dos seguintes conteúdos: figura plana triangular, figura plana com três lados, figura cujos ângulos internos somem 180 graus etc. Cada um destes conteúdos determina, claramente, a classe dos ‘designata’ da palavra ‘triângulo’. Apesar disso, tanto a lógica como as ciência da natureza têm hoje em dia uma acentuada tendência ao pensamento exlcnsional, ao emprego de nomes com a consideração apenas de sua designação. Esta curiosa tendência (não obstante combatida por muitos filósofos e estudiosos das ciências do espírito), compreende-se facilmente se se considera que é mais fácil obter a designação que a significação. Parece impossível eliminar totalmente a significação, já que a designação, em última instância, só pode ser determinada mediante a significação, mas as vantagens do procedimento extensional são tão grandes no referido campo do saber, que se converteu em regra metodológica geral a de empregar, sempre que é possível, o procedimento extensional.
Portanto, como um dos conceitos fundamentais da semântica, é a designação uma relação entre uma expressão (termo, enunciado etc.) e a entidade ou entidades às quais esta expressão se refere. Todavia ‘entidade’ não deve ser entendida sempre como um fato, mas antes como alguma coisa semelhante ao que é chamado um conceito-objeto. Assim, o citado exemplo da palavra ‘triângulo’ o que se designa é a propriedade de ser triangular (ou também, de acordo com os casos, a classe de objetos triangulares). O exame da designação não proporciona, pois, nenhuma informação acerca de se a entidade designada é, efetivamente, tal entidade. Sendo uma questão de fato, que necessita comprovação ou verificação, o exame da designação informa somente acerca de se a entidade designada é corretamente nomeada. [LWVita]