apolíneo

(De Apollos, em grego, que vem de ap’holos, de apo, ao longo, e holos, totalidade, a divindade distante, simbolizada pelo Sol, a divindade solar, luminosa, iluminadora).

a) Termo muito empregado por Nietzsche para significar o impulso estético de ordem intelectual, que se guia dentro das medidas, da ordem e da harmonia.

b) Empregado no sentido de tudo quanto revela a presença da intelectualidade racional nas obras da cultura humana. Opõe-se, neste sentido, a dionisíaco (vide). [MSGA41IC]


(semelhante a Apolo, deus do Sol e da Harmonia), palavra inventada por Nietzsche, que a opõe a dionisíaco (de Dionisos, deus do Vinho) para designar os dois aspectos contraditórios do espírito humano: o dionisíaco se entrega com embriaguez e violenta paixão a seus impulsos e arrebatamentos; o apolíneo os canaliza num pensamento rigoroso e numa forma definitiva. O poeta trágico “Ésquilo [. . . ] é um filho de Apolo, o deus lúcido da individuação e dos justos limites” (o Nascimento da tragédia). [Larousse]


Com a palavra apolíneo exprime-se: o ímpeto para o perfeito ser-para-si, para o “indivíduotípico, para tudo que torna simples, destacado, claro, inequívoco, típico: a liberdade sob a lei.

Ao seu antagonismo está ligada a continuidade do desenvolvimento da arte, de forma tão necessária quanto a continuidade do desenvolvimento da humanidade está ligada ao antagonismo dos sexos. A plenitude do poder e a moderação, a suprema forma de autoafirmação em uma beleza fresca, nobre, recatada: o apolinismo da vontade helênica. [NIETZSCHE, Friedrich. A Vontade de Poder. Tr. Marcos Sinésio Pereira Fernandes e Francisco José Dias de Moraes. Rio de Janeiro: Contraponto, 2011, § 1050]