(in. Anthropomorphism; fr. Anthropomorphisme; al. Anthropomorphismus; it. Antropomorfismó).
Indica-se com este nome a tendência a interpretar todo tipo ou espécie de realidade em termos de comportamento humano ou por semelhança ou analogia com esse comportamento. “Crenças antropomórficas” ou “antropomorfismos” são chamadas, em geral, as interpretações de Deus em termos de conduta humana. Uma crítica desse antropomorfismo já foi feita por Xenófanes de Colofonte. “Os homens”, disse ele, “creem que os deuses tiveram nascimento e que têm voz e corpo semelhantes aos deles” (Fr. 14, Diels); por isso, os etíopes fazem os seus deuses de nariz chato e negros; os trácios dizem que têm olhos azuis e cabelos vermelhos; até os bois, os cavalos, os leões, se pudessem, imaginariam os seus deuses à sua semelhança (Fr. 16, 15). Mas o antropomorfismo não pertence só ao domínio das crenças religiosas. Toda a ciência moderna foi-se formando através da libertação progressiva do antropomorfismo e do esforço de não considerar as operações da natureza segundo a sua semelhança com as do homem, mas juxta própria principia. [Abbagnano]