Anthony Damiani: ASTRONOESIS (ADAN)
A medida que ascendemos nas considerações da inteligência interior da ALMA DO SOL, a imensa visão de Plotino começa a aparecer a nossas mentes receptivas. As almas das estrelas (almas cósmicas) são emanações do Nous; a infinita inteligência de vida da ALMA DO SOL está interpenetrando em todas as outras almas. Através de sua mútua onipresença, cada intelecção ou contemplação da alma cósmica constitui sua Ideia–Mundo. Em sua base interior, cada alma é o receptáculo de seres divinos (Ideias) — pois estes logoi são as divinas radiações do Nous.
O princípio asmita, ou a ALMA DO SOL, é anterior a este Sol Sensível que vês, e é a pressuposição do Sol sensível. Agora a alma deste Sol é uma luz informe infinita. Há outros Sóis, também luzes informes infinitas; consequentemente eles todos se interpenetram. Isto seria o asmita ou princípio da manifestação para qualquer sol que falamos, qualquer Logos Solar ou Ishwara. É o Deus que conheces — que esperas conhecer. A ALMA DO SOL é também referida na literatura budista como Amitabha — Buda de infinita luz. Aqui cada Sol interpenetra todo outro Sol Enéada VI.4.8.
Por causa desta interpenetração (de almas), o Sol conhece as Ideias que cada uma destas luzes informes está concedendo a ele. O brilho, como tal, de todas as outras puras inteligências interpenetrando nosso Sol é a aura emanando em nosso Sol; é também a aura emanando em qualquer um deles. Representaremos a intelecção da ALMA DO SOL das Ideias pela seleção dos logoi que constituem o zodíaco sideral.
Quando a ALMA DO SOL interpreta para si sua infinita visão interior, através de seu próprio raciocínio universal, aporta dentro de si mesma a forma arquetípica da Ideia–Mundo — uma forma única daquelas inteligências entre o infinito transbordamento do Nous — com o qual tem uma afinidade particular. Esta sabedoria celestial é simbolizada pelo zodíaco sideral do Sol e constitui sua intelectualidade. Simbolicamente, a viagem do Sol através do cosmos representa para nós o raciocínio universal através do qual nosso Sol também está assimilando facetas da inescrutável divindade do Nous. Dentro de seu princípio de manifestabilidade — luz ilimitada — eleva-se a intelecção informe da Ideia–Mundo.
A infinita luz de cada Logos Solar assimila a luz de todos os outros Logoi Solar, e o que resulta disto é sua versão de Ideia–Mundo. A Ideia–Mundo neste nível é pré-sensível. Há um firme contemplação, e é como um êxtase estabilizado e arrebatamento que é ininterrupto; mas esse é o único lugar que encontrarás isso.
A visão da pura Alma no Nous é guardada na ilimitada consciência do Eu Sou de uma ALMA DO SOL, e é representada como a esfera não-errática — uma versão das Ideias na Alma. Uma certa seleção das inteligências das estrelas é requerida a fim deste princípio individual asmita formar a ideia–Mundo para si. Ou seja, as inteligências das estrelas representam a disponibilidade para a alma individual, em um modo separativo, das Ideias que estão no Nous transcendente. Nesse nível, não há mundo sensível; há somente a presença destas Ideias — a combinação de Ideias necessárias que vão produzir o mundo sensível mais tarde.
A intelectualidade do Sol é representada no modo que interpreta o sistema sideral. Cada visão do Sol do Intelecto é peculiar a ele — inclui todos os Deuses de maneira única. Assim sua participação na inteligência do universo (e os outros logoi) é um zodíaco único (denominado o zodíaco sideral ou o dragão celestial). Plotino afirma que aqui a alma é o recipiente de seres divinos. A esfera não-errática representa o espaço intelectual (locus) para a ALMA DO SOL, o plano ordenado do cosmos para o Sol. Sua visão intelectual (do Nous) é representada sensivelmente por seu movimento singular em seu eixo — o polo de Vesta — e o zodíaco sideral é a esfera resultando da interação das razões-princípios universais com a própria visão intelectual da alma.