alfabeto

Segundo o Caldas Aulete, é o “conjunto de letras de uma língua colocadas em uma ordem convencional”. Esta conceituação se liga à nossa concepção de escrita. Sem pretender traçar uma escala genético-evolutiva do alfabeto, podem-se distinguir quatro tipos de realizações alfabéticas: 1) — pictográficas — representação imediata do objeto, sob a forma de símbolo. As coisas se apresentam numa situação indecomponível — isto é, os elementos que as representam e o símbolo remetem a uma mesma imagem. O pictograma é indecomponível em palavras; 2) — hieroglíficas — o signo é ao mesmo tempo coisa e palavra. Começa uma certa independência do significante , quando um mesmo signo remete a significados distintos; 3) — ideogramáticas — o signo ganha independência do referencial, remetendo a significações abstratas; 4) — fonográficas — não a palavra, mas o som que é representado graficamente. Neste nível a palavra pode ser plenamente decomposta. Somente podem-se aceitar definições do tipo “Caldas Aulete” para um vocabulário do tipo ocidental. Aqui os dois códigos fundamentais — sensível e inteligível — manifestam-se concomitantemente. A imagem ganha um papel subordinado e o primado é da cadeia do significante . As diversas letras podem ser hierarquizadas e se estabelece uma relaçãorepresentação grá-fica-som expressivo” que pode ter longa duração. Com efeito, a labilidade expressiva do som é bem maior que a de sua representação gráfica. A durabilidade desta última provoca um ajustamento de ambas, com primado do gráfico sobre o fónico. Isto pode ser observado na tradução de um idioma para outro: a escrita só pode traduzir um fonema de uma língua estrangeira dentro dos limites de sua representação gráfica (o que pode ser — e é — superado através de notações fonêmicas teoricamente). Assim o inteligível coloca o sensível na sua grade, e com isto possibilita o desenvolvimento do saber teórico. Por outro lado, o inteligível deve desprezar os elementos emotivos da língua, que são significados bastante pobremente no plano gráfico, através de sinais auxiliares — vírgula, pontos de exclamação e interrogação, parênteses, aspas etc. — e dos diversos destaques visuais de ordem poética, dos quais nossa imprensa faz um largo uso — grifos, destaques, cabeçalhos, tipos distintivos etc.

Na construção de uma linguagem-objeto na Matemática, a ênfase é dada a um alfabeto de tipo inteligível, que despreza sua correlação fônica para dar ênfase ao aspecto conotativo , situado unicamente no plano formal (abstrato). [(Chaim Katz – DCC]


LINGUAGEM — ALFABETO

Se recuamos no tempo e no espaço, constatamos que um grande número das centenas de línguas faladas entre os homens, jamais foram escritas — mesmo se, em nossos dias, muitas dentre elas sofreram, finalmente, uma alfabetização todavia alógena ao desenvolvimento cultural «interno» daqueles que as falam. A escritura não é portanto «natural»: é um fato de civilização, e é originariamente o fato de um número muito reduzido de civilizações. Eis porque, apesar do prodigioso disparate de suas formas, todas as escrituras contemporâneas se resumem de fato a dois ou três modelos, e talvez ainda menos: posta aparte a ideografia chinesa, única de sua espécie, as escrituras silábicas, da Índia e de seus arredores, remontam à única brâmane, três ou quatro séculos antes de nossa era; e todas aquelas de tipo alfabético, no universo inteiro, são derivadas, diretamente ou não, do primeiro alfabeto, estabelecido pelos «Fenícios»., eis aí passados trinta e cinco séculos. Antes deste alfabeto, as únicas civilizações conhecidas que praticaram a escritura se inspiraram, elas também, cada uma a sua maneira e sem seu tempo — o Egito Antigo a partir do início do terceiro milênio; a Índia (sistema indecifrado arcaico), quatro ou cinco séculos mais tarde; a China entre -2000 e -1500; a Ásia Menor (hieróglifos «hititas») pouco depois de -1500 do protótipo mesopotâmio. É com efeito na parte inferior do que é hoje o Iraque, entre Bagdá e Bassora, por volta de -3000, que apareceu, pela primeira vez no mundo um procedimento calculado para exteriorizar e fixar tudo o que a linguagem pode exprimir do pensamento humano. A escritura é assim um fato da civilização mesopotâmica antiga. Jean Bottèro

*ALFABETO HEBRAICO


LINGUAGEM — ALFABETO

Se recuamos no tempo e no espaço, constatamos que um grande número das centenas de línguas faladas entre os homens, jamais foram escritas — mesmo se, em nossos dias, muitas dentre elas sofreram, finalmente, uma alfabetização todavia alógena ao desenvolvimento cultural «interno» daqueles que as falam. A escritura não é portanto «natural»: é um fato de civilização, e é originariamente o fato de um número muito reduzido de civilizações. Eis porque, apesar do prodigioso disparate de suas formas, todas as escrituras contemporâneas se resumem de fato a dois ou três modelos, e talvez ainda menos: posta aparte a ideografia chinesa, única de sua espécie, as escrituras silábicas, da Índia e de seus arredores, remontam à única brâmane, três ou quatro séculos antes de nossa era; e todas aquelas de tipo alfabético, no universo inteiro, são derivadas, diretamente ou não, do primeiro alfabeto, estabelecido pelos «Fenícios»., eis aí passados trinta e cinco séculos. Antes deste alfabeto, as únicas civilizações conhecidas que praticaram a escritura se inspiraram, elas também, cada uma a sua maneira e sem seu tempo — o Egito Antigo a partir do início do terceiro milênio; a Índia (sistema indecifrado arcaico), quatro ou cinco séculos mais tarde; a China entre -2000 e -1500; a Ásia Menor (hieróglifos «hititas») pouco depois de -1500 do protótipo mesopotâmio. É com efeito na parte inferior do que é hoje o Iraque, entre Bagdá e Bassora, por volta de -3000, que apareceu, pela primeira vez no mundo um procedimento calculado para exteriorizar e fixar tudo o que a linguagem pode exprimir do pensamento humano. A escritura é assim um fato da civilização mesopotâmica antiga. Jean Bottèro

  • ALFABETO HEBRAICO