aclaração

(in. Clarification; fr. Éclaircissement; al. Klärung, Erhellung; it. Chiarificazione).

No uso filosófico contemporâneo, esse termo tem um significado específico, porque não significa genericamente “esclarecimento”, mas indica o processo com que se leva à clareza conceituai certo substrato de consciência ou de experiências vividas. Foi precisamente nesse sentido que Husserl falou de “método da aclaração (Klärung)” (Ideen, I, § 67, 125). Husserl insistiu no fato de que a aclaração exige que seja levado à evidência o seu substrato (as experiências vividas que a sustentam) de tal modo que “transforme todo elemento morto em vivo, toda confusão em distinção e todo elemento não intuível em intuível” (ibid., § 125). Por sua vez, Jaspers usou do termo Erhellung para indicar a relação entre existência e razão. A aclaração é a existência que procura tornar-se evidente para si mesma e assim aclarar-se como razão. “A aclaração existencial”, diz Jaspers, “não é conhecimento da existência, mas recorre às suas possibilidades” (Vernunft und Existem, II, 7). Isto significa que “a razão não existe como pura razão, mas é o fazer-se da existência possível” (ibid., II, 6); e precisamente este fazer-se é a aclaração. [Abbagnano]