De absurdo, que é destituído de sentido. — A experiência do absurdo seria, segundo Sartre e Carnus, a experiência autêntica da existência. O absurdo assumiu na filosofia existencialista o aspecto de “angústia” em Heidegger, de ausência de toda razão válida de viver em Sartre, de incoerência da nossa condição em Camus, de “fracasso fatal” em Jaspers. Todavia, Sartre, e em seguida Carnus, vêem na ação o único refúgio contra o absurdo e a única maneira de se dar um sentido, embora parcial, à nossa existência. O “mito de Sisifo”, que Carnus tornou um de seus temas de meditação, conta a estória de um homem condenado a empurrar uma pedra até o alto de uma colina, de onde ela sempre cai, retrocedendo à base do declive; ilustra o sentimento de absurdo de uma existência que exige sempre nosso esforço, apela para nossa vontade, sem poder ser controlada e realizada de maneira definitiva. O sentimento do “absurdo” implica uma surda revolta que desconhece o ceticismo e considera o não sentido da vida e das coisas com certa serenidade. [Larousse]