Teoria da Ciência, obra de Fichte que desenvolve sua doutrina do fundamento de nosso conhecimento (primeiro enunciado em 1794, novos enunciados principalmente em 1801, 1804 e 1812). — O enunciado de 1794, que é o mais conhecido, representa a filosofia do “eu absoluto”: sendo dado que compreender consiste sempre em compreender a partir de si, compreender todas as coisas consistirá em “relacionar-se a si toda a realidade”. Essa, doutrina, que tira a consequência do método crítico de reflexão sobre si, evolui em 1801 para culminar em 1804 numa teoria de Deus ou do Absoluto, como realidade perfeitamente racional e acessível ao espírito humano. A Teoria da ciência de Fichte foi incluída por Hegel entre os três grandes acontecimentos do século, dos quais o segundo era a Revolução francesa de 1789 e o terceiro, o romance de Goethe Wilhelm Meister. A Teoria da ciência inspirou – diretamente a filosofia de Schelling, assim como a Lógica e a Fenomenologia de Hegel. Finalmente, a maioria de seus temas (o não saber, fundamento do saber, o ser absoluto como presença e não representação etc.) são encontrados nas doutrinas mais modernas (o existencialismo, a teoria da liberdade em Sartre, a ontologia de Heidegger etc.) [Larousse]