A doutrina aristotélica dos sensíveis é importante não só pela influência que tem exercido sobre muito filósofos, mas também pelas diferenças introduzidas nos sensíveis e na correspondente terminologia. Segundo Aristóteles, os sensíveis (ou “objetos dos sentidos ou do sentir”) podem dividir-se em três espécies: duas diretamente perceptíveis e uma perceptível incidentalmente… Os sensíveis diretamente perceptíveis podem ser perceptíveis por um só sentido ou perceptíveis por todo e qualquer sentido. Os sensíveis perceptíveis por um só sentido são sensíveis como os que podem chamar-se “sensíveis visuais” (perceptíveis pela vista). Os sensíveis perceptíveis por todos e quaisquer sentidos são sensíveis como os que são chamados “sensíveis comuns” (como o tamanho, que pode apreender-se simultaneamente pela vista e pelo tato). Os sensíveis indiretamente perceptíveis ou sensíveis incidentais são “sensíveis” como uma substância individual (assim, diz Aristóteles, o objeto branco que vemos é filho de Diares; o ser filho de Diares é incidental — ou incidental — à cor branca diretamente perceptível). Apenas os objetos do sentir que são diretos e não incidentais, afirma Aristóteles, podem considerar- se como os sensíveis em sentido restrito. A terminologia usada por Aristóteles foi adotada e traduzida por S. Tomás e outros escolásticos. Fala-se também de sensível para se referir às qualidades sensíveis: estas têm sido com frequência concebidas como qualidades secundárias, também chamadas qualidades secundárias da sensação. Referimo-nos a elas no artigo sobre a qualidade. (DFW)
A doutrina aristotélica dos sensíveis é importante não só pela influência que tem exercido sobre muito filósofos, mas também pelas diferenças introduzidas nos sensíveis e na correspondente terminologia. Segundo Aristóteles, os sensíveis (ou “objetos dos sentidos ou do sentir”) podem dividir-se em três espécies: duas diretamente perceptíveis e uma perceptível incidentalmente… Os sensíveis diretamente perceptíveis podem ser perceptíveis por um só sentido ou perceptíveis por todo e qualquer sentido. Os sensíveis perceptíveis por um só sentido são sensíveis como os que podem chamar-se “sensíveis visuais” (perceptíveis pela vista). Os sensíveis perceptíveis por todos e quaisquer sentidos são sensíveis como os que são chamados “sensíveis comuns” (como o tamanho, que pode apreender-se simultaneamente pela vista e pelo tato). Os sensíveis indiretamente perceptíveis ou sensíveis incidentais são “sensíveis” como uma substância individual (assim, diz Aristóteles, o objeto branco que vemos é filho de Diares; o ser filho de Diares é incidental — ou incidental — à cor branca diretamente perceptível). Apenas os objetos do sentir que são diretos e não incidentais, afirma Aristóteles, podem considerar- se como os sensíveis em sentido restrito. A terminologia usada por Aristóteles foi adotada e traduzida por S. Tomás e outros escolásticos. Fala-se também de sensível para se referir às qualidades sensíveis: estas têm sido com frequência concebidas como qualidades secundárias, também chamadas qualidades secundárias da sensação. Referimo-nos a elas no artigo sobre a qualidade. (DFW)