futuros contingentes

As proposições universais sendo necessárias e, portanto, determinadas quando à sua verdade, não oferecem dificuldades especiais em sua oposição. O mesmo se dá com relação às proposições que têm objetos contingentes; passados ou presentes, uma vez que sua verdade ou sua falsidade se acham também fixadas de maneira certa: é verdade, por exemplo, e será sempre verdade dizer que “Napoleão morreu em Santa Helena”. O mesmo não se dá quando se trata de futuros contingentes, quer dizer que podem existir ou não existir: a verdade ou a falsidade das proposições que lhes dizem respeito não pode, evidentemente, se achar determinada antecipadamente. Veja-se, por exemplo esta proposição e seu oposto: “haverá uma batalha naval amanhã” – “não haverá batalha naval amanhã”. Se declaramos que uma destas duas proposições, a primeira por exemplo, é verdadeira, a batalha será então não mais um acontecimento contingente, porém um acontecimento necessário, o que é contrário à hipótese. Deve-se concluir, portanto, com Aristóteles que, mesmo que não se possa precisar qual destas duas opostas é a verdadeira, elas se excluem indeterminadamente: supondo-se que uma seja verdadeira, a outra será necessariamente falsa. Porém nem uma nem outra, tomadas isoladamente, pode ser chamada falsa ou verdadeira. Assim se encontra salvaguardada a contingência do mundo (In Peri hermeneias, c. 9, 18 a 34). (Gardeil)


As proposições universais sendo necessárias e, portanto, determinadas quando à sua verdade, não oferecem dificuldades especiais em sua oposição. O mesmo se dá com relação às proposições que têm objetos contingentes; passados ou presentes, uma vez que sua verdade ou sua falsidade se acham também fixadas de maneira certa: é verdade, por exemplo, e será sempre verdade dizer que “Napoleão morreu em Santa Helena”. O mesmo não se dá quando se trata de futuros contingentes, quer dizer que podem existir ou não existir: a verdade ou a falsidade das proposições que lhes dizem respeito não pode, evidentemente, se achar determinada antecipadamente. Veja-se, por exemplo esta proposição e seu oposto: “haverá uma batalha naval amanhã” – “não haverá batalha naval amanhã”. Se declaramos que uma destas duas proposições, a primeira por exemplo, é verdadeira, a batalha será então não mais um acontecimento contingente, porém um acontecimento necessário, o que é contrário à hipótese. Deve-se concluir, portanto, com Aristóteles que, mesmo que não se possa precisar qual destas duas opostas é a verdadeira, elas se excluem indeterminadamente: supondo-se que uma seja verdadeira, a outra será necessariamente falsa. Porém nem uma nem outra, tomadas isoladamente, pode ser chamada falsa ou verdadeira. Assim se encontra salvaguardada a contingência do mundo (In Peri hermeneias, c. 9, 18 a 34). (Gardeil)