parabole

gr. parabole = parábola

Desde Platão e Isócrates, deriva de paraballo (para, “lado a lado”; ballo, “jogar”, “trazer”, “colocar”), “colocar lado a lado com”, “manter ao lado”, “jogar para”, “comparar” (Platão, Gorgias, 475e; Isócrates, 9, 34). Significa: “manter ao lado de”, “comparação” (Platão, Philebus 33b; Isócrates, 12, 227); (b) “colocação ao lado”, “reunião”, “conjunção” (como termo técnico na astronomia); (c) “aventura”; (d) “parábola” de uma seção cônica (como termo técnico na matemática).

Na retórica, esta palavra, tendo por base o seu primeiro significado, ficou sendo o termo técnico para uma forma específica de fala, que se distingue das demais. A retórica clássica empregava as seguintes-figuras de linguagem: (a) a imagem (eikon); (b) a metáfora (metaphora); (c) a comparação (homoiosis); (d) a parábola (parabole); (e) a história ilustrativa (paradeigma);e (f) a alegoria (allegoria).

Conforme Aristóteles, o símile e a pura parábola servem como meios introdutórios de prova (Rhet. 2, 20). Mediante a comparação entre o conhecido e o desconhecido, na qual o próprio ouvinte deve descobrir a semelhança (geralmente não se nomeia o tertium comparationis, a fim de colocar em ação os processos mentais do ouvinte, de compreender, comparar e considerar), chega-se ao ponto essencial da analogia (cf. também Platão, Leg. 6, 758a; Phaed. 82e; 95e; 87b; Apol. 30e; e as diatribes estoicas-cínicas, e.g. Epict., Dissertationes 1, 24, 19-20; 2, 14, 21-22; 4,7, 22-23). As parábolas homéricas, do outro lado, frequentemente visam meramente ilustrar, ou têm função puramente poética (189 puras parábolas ocorrem na Iliada, 39 na Odisséia). O que caracteriza todas estas comparações e puras parábolas é o fato de a sua linguagem figurada ter sido tirada principalmente da vida, cujas realidades são acessíveis a todos. [DITNT]