(gr. exetasis; lat. investigatio, inquisitio; in. Inquiry; fr. Recherche; al. Untersuchung; it. Ricerca).
Ainda que o conceito de investigação se ligue estreitamente ao de filosofia (como acontece em Platão, cf., p. ex., Teet., 196 d; Men., 81 e), dificilmente foi objeto da indagação filosófica. No mundo moderno, Dewey considerou a lógica como teoria da investigação: “Todas as formas lógicas, com suas propriedades características, nascem do trabalho de investigação, e referem-se à sua aferição, no que concerne à confiabilidade das asserções produzidas.” Nesse sentido, “a investigação da investigação é causa cognoscendidas formas lógicas, ao passo que a indagação primitiva é causa essendi das formas reveladas por essa indagação” (Logic, 1939, 1: trad. it., p. 34). A investigação é definida por Dewey como “a transformação controlada ou dirigida de uma situação indeterminada em outra, determinada, nas distinções e relações que a constituem, de tal maneira que os elementos da situação originária sejam convertidos numa totalidade unificada” (Logic, VI, trad it., p. 157). [Abbagnano]
O que importa é questionar decididamente o lugar-comum, segundo o qual é boa regra que uma investigação comece com pars destruens [parte destrutiva] e se conclua com pars construens [parte construtiva] e, além disso, que as duas partes sejam substancial e formalmente distintas. Em uma pesquisa filosófica, não só a pars destruens não pode ser separada da pars construens, como esta coincide em todos os pontos, sem resíduos, com a primeira. Uma teoria que, na medida do possível, limpou o terreno dos erros, com isso esgotou sua razão de ser e não pode ter a pretensão de subsistir enquanto separada da prática. A arche que a arqueologia traz à luz não é homogênea com os pressupostos que neutralizou: ela só se dá de forma integral em seu acontecer. Sua obra é a inoperosidade dos mesmos. [Agamben; AgambenUC:Advertência]