A indução é completa quando se inferiu um universal após ter-se enumerado todos os casos singulares que se acham compreendidos abaixo dele. Exemplo:
As plantas, os animais, os homens se movem por si próprios
Ora, todos os corpos viventes são plantas, animais, homens
Logo, todos os corpos viventes se movem por si próprios.
Supõe-se que não há senão as três espécies enumeradas de corpos viventes. Se, portanto, verificou-se que cada uma destas espécies possuía movimento por si próprio, pode-se concluir que todo corpo vivente se move por si próprio. Tal indução conduz à certeza: é como um caso limite e perfeito desta operação. Os antigos consideraram com uma atenção especial esta forma privilegiada do raciocínio indutivo que, na verdade, é bem rara, porém seria falso afirmar que eles não tivessem conhecido outra.
A indução incompleta é aquela na qual a enumeração das partes subjetivas do universal não é completa. Ex.:
Esta porção de água ferve a 100, esta outra também, aquela etc.
Logo, a água ferve a 100 .
Quando a enumeração das partes é suficiente, infere-se legitimamente uma conclusão universal, que porém não deixa de ser apenas provável. Esse tipo de indução é o que habitualmente se encontra nas ciências, e é com ele que os lógicos modernos mais se preocupam.
Poder-se-ia perguntar se raciocínios do tipo desse:
Pedro, André, Tiago etc . . . estavam no Cenáculo
Ora, Pedro, André, Tiago etc . . . são todos os apóstolos
Logo, todos os apóstolos estavam no Cenáculo.
devem ser considerados como verdadeiras induções (completas). Não há, lembremo-nos disto, verdadeiro raciocínio se não há progresso na ordem da verdade. Seria o caso de perguntar se a afirmação coletiva “todos os apóstolos” acrescenta alguma coisa à soma das afirmações individuais, “Pedro” etc. [Gardeil]