RENAN (Ernest), escritor e filósofo francês (Tréguier 1823 — Paris 1892). Filho de um capitão de longo curso, é destinado inicialmente ao sacerdócio, mas a filosofia alemã o afasta pouco a pouco da fé católica. “Agrégé” de filosofia em 1848, torna-se doutor em 1852 com uma tese sobre Averroes e o averroísmo. Parte em seguida para a Síria em missão arqueológica; de lá, traz o manuscrito da Vida de Jesus, primeiro volume de uma História das origens do cristianismo. Em 1862, é nomeado professor do Colégio de França. Sua primeira lição, entretanto, provoca um tumulto, pelo fato de Renan falar de Cristo como de “um homem incomparável”.
Em nossos dias, Renan é muito negligenciado. Alain o alinhava, com Saint-Beuve, entre “bedéis da literatura”. De fato, sua considerável obra é de uma grande diversidade: História das origens do cristianismo (7 tomos publicados de 1863 a 1881), Ensaios de moral e de crítica (1859) e Diálogos e fragmentos filosóficos (1876) aliam a precisão científica a um estilo de rara qualidade. Renan é um pensador e um artista, o inverso, portanto, do doutrinário. [Larousse]