pragmatismo dialético

Em conexão com o pragmatismo, deve-se mencionar ainda a chamada “escola dialética”, a qual acolheu algumas ideias fundamentais do pragmatismo. Agrupa-se ela em torno da revista suíça Dialéctica (fundada em 1947); seu principal representante é Ferdinand Gonseth (1890-1975). O conhecido pensador francês e teórico da ciência G. Bachelard (1884-1962) e vários outros sábios e filósofos simpatizam mais ou menos manifestamente com esta escola. Segundo Gonseth, todo conhecimento humano é dialético, isto é, deve contentar-se com regras e filosofias provisórias, que se apoiam na consciência coletiva viva dos pesquisadores. Não existe critério absoluto de verdade. Proposições, regras e teorias não devem ser admitidas senão enquanto a utilidade científica das mesmas o justificar. Segundo os dialéticos, esta regra aplica-se a todos os domínios. Nem sequer existe lógica absoluta, mas tâo-só lógicas diferentes que teremos de aceitar ou desdenhar, consoante a utilidade delas. Mas os dialéticos afastam de si a censura de relativismo, observando que não professam que a verdade é relativa, mas apenas que nada deve ser admitido como dotado de valor absoluto. Por outro lado, rejeitam o sensualismo estreito e o nominalismo dos neopositivistas e asseveram que seu método se justifica em todos os domínios (também no da psicologia introspectiva e até no da teologia). Contudo, parece que, tal como os neopositivistas, não admitem outro método válido de conhecimento além do método das ciências indutivas. No X Congresso Internacional de Filosofia (1948), a escola dialética figurou como uma das mais fortes e dinâmicas. Conseguiu que ingressassem em suas fileiras muitos pensadores europeus até então partidários do neopositivismo; exerce forte atração em numerosos matemáticos e sábios filosofantes, bem como nos filósofos que se ocupam com o método das ciências da natureza e da matemática. [Bochenski]