wou-wei

TAO — AÇÃO — WOU-WEI

VIDE: askholia; no-actuar, ação, extinção, paz, quietude, unidade, yin-yang

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PERENIALISTAS
Julius Evola: OTIUM

René Guénon: Dictionnaire de René Guénon

Longe de ser sinônimo de pura “passividade”, de “inércia”, de “não-atividade”, o Wu-Wei-Wu é pelo contrário a situação do desperto perfeito liberado das contingências do mundo da Manifestação, do ser tendo dominado o conjunto de forças e que as conduziu ao “Meio”, no “eje” primeiro que é a princípio a exata medida da “linha de prumo”. O Wu-Wei-Wu é portanto idêntico a “Grande Unidade” (Taiji), e para tudo dizer ao Tao com o qual não faz senão um.

  • APRECIAÇÕES SOBRE O ESOTERISMO ISLÂMICO E O TAOISMO
  • SIMBOLISMO DA CRUZ
  • XXIV, “O RAIO CELESTE E SEU PLANO DE REFLEXÃO
  • INICIAÇÃO E REALIZAÇÃO ESPIRITUAL
  • “CONTRA O QUIETISMO

    Tao
    #O termo wou-wei, não-agir, é dotado de um sabor taoista, mas outras escolas o empregam também. Confúcio, propondo Shun como exemplo, diz que governou wou-wei, sem nada fazer, pelo “não-agir”. A frase de Lao Tzu, “pelo não fazer (wou-wei), não há o que se faça”, é célebre e constitui o ponto central da noção de não-agir que é uma das características da doutrina taoista.
    #O não-agir é um princípio de governo e de conduta pessoal ao mesmo tempo. Não é a inação absoluta, mas não-ingerência, ou não-interferência. É o agir natural, aquele que vai segundo a ordem e o movimento das coisas, o agir quieto, sem paixões nem vontade centrada sobre o ego. Aquele que governa ou se governa segundo este princípio vive naturalmente e conforma suas ações às leis naturais do Céu e da Terra; deixa agir o dinamismo cósmico e segue o curso; sem intenção própria, “não dá o tom, mas segue” a música do universo, o que supões que dele conhece as regras e a ele se acorda.


    Filosofia
    Frei Hermógenes Harada
    A importância de não ser é maior do que a de ser, no Pensamento Medieval.

    Ser entendemos sempre como ser algo. Ser algo soa como ser importante, alguma coisa. Deixar de ser é não ser, ser nada. Mas o nada ser, do qual é feita a virtude da Humildade ou da Pobreza, talvez seja o maior apanágio e a mais preciosa riqueza da existência medieval, cuja compreensão é tão destorcida no nosso entendimento moderno. Pois nada ser é deixar de ser, no sentido todo próprio de deixar ser. Mas deixar ser o quê? Tudo. Assim, Tudo e Nada do Pensamento Medieval é o tema da seguinte reflexão. A reflexão segue o texto de Mestre Eckhart, intitulado Utilidade de deixar.

    A palavra deixar parece ser importante para a compreensão do que seja Tudo e Nada no Pensamento Medieval.

    Diz o texto: “Tu deves saber que jamais um homem nessa vida foi tão longe e tão vasto no deixar que não se achasse dever ele deixar ainda mais. Dos homens, são poucos os que isto observam retamente e nele estão assentados. E uma troca de igual valor e um justo comércio: tão longe tu sais de todas as coisas, tanto assim, não menos e não mais, Deus entra com todo o seu, até lá onde em todas as coisas, tu te exproprias totalmente do teu. Começa com isso e deixa-te degustar tudo isso, que podes trazer à tona. Ali encontras paz verdadeira e em nenhum outro lugar mais”.