A palavra alemã Wesen significa comumente essência. Ao longo de sua obra e muito claramente no presente volume, Heidegger “destrói” o sentido de essência, devolvendo-o para a experiência de realizar o modo de ser, de vigorar, expressa num antigo verbo alemão wesen, vigir, vigorar. Para acompanhar no texto a transformação do sentido eminentemente metafisico de essência para a experiência da simplicidade do vigor, percorrida de maneira muito particular no presente volume e explicitamente discutida por Heidegger no capítulo intitulado “A essência da linguagem”, a tradução usou uma espécie de glissando semântico entre essência, modo de ser e vigor. Considerando não apenas o sentido mas igualmente o fato de o verbo latino uigeo, vigorar, e seus derivados terem a mesma proveniência que wesen, a tradução insistiu em traduzir por vigente e vigência os derivados de wesen, tais que anwesen e Anwesenheit, habitualmente traduzidos por presente e presença. Para guardar essa mesma genealogia filosófica, traduzimos por vigor de já ser a palavra Gewesenheit, expressão muito decisiva na obra de Heidegger, que é uma substantivação de gewesen, passado do verbo ser, sein, e que guarda em sua morfologia a raiz wesen. (N. da T. Heidegger – Caminho da Linguagem)