VIDE: IMORTALIDADE
TRADIÇÃO PLATÔNICA: IMORTALIDADE
TRADIÇÃO CRISTÃ: A VIDA APÓS A MORTE SEGUNDO A TRADIÇÃO ORTODOXA; ARS MORIENDI; L’ART DE BIEN MOURIR (clássico medieval); THE BOOK OF THE CRAFT OF DYING, AND OTHER EARLY ENGLISH TRACTS CONCERNING DEATH
Frithjof Schuon: SOBRE LOS ESTADOS POSTUMOS
Ananda Coomaraswamy: O SIGNIFICADO DA MORTE
Abade Stephane: ALGUNAS CONSIDERACIONES SOBRE LOS ESTADOS POSTUMOS
Pierre Gordon: IMAGEM DO MUNDO NA ANTIGUIDADE
A imagem antiga do mundo se apoia sobre esta ideia subjacente que o homem sobrevive após o que denominamos a morte. A origem desta noção fundamental não foi jamais claramente compreendida até agora porque se raciocinou como se o ser humano, lançado desde o início no universo das sensações, teve que imaginar com tudo que lhe cabe um outro mundo e descobrir índices atestando a existência real. Esta teoria é estranha aos fatos. A certeza absoluta da imortalidade preexistiu à experiência da morte. Em outros termos, o homem não partiu da morte para alcançar — por uma série de hipóteses, de intuições ou de especulações (repousando todas sobre os sonhos) — a ideia incerta de uma vida após a morte. Ele se instalou, por inteiro, graças à iniciação, no oceano da vida eterna; e a morte lhe apareceu, por aí mesmo, como uma coisa acidental, decorrente de maya, mas não afetando sua própria natureza. Dito de outro modo, a certeza da vida após a morte resultou, desde o começo, disto que o homem, em sua realidade verdadeira, é um super-homem. Para o primeiro ancestral, ou seja, para o super-homem-primeiro-homem, estava aí uma evidência experimental. Seus descendentes beneficiaram desta evidência graças aos ritos e às disciplinas iniciáticas, que restauraram neles o estado de super-homem, e por esta via, os tornaram mestres da morte. A noção de sobrevivência é portanto tão primitiva quanto a humanidade, e as longínquas gerações, por conta de sua mentalidade ontológica, não tiveram a se debater sobre este ponto em nossas hesitações. Ninguém ignora de que maneira a certeza primitiva foi restaurada, a este espeito, pelo fundador do cristianismo que a apoiou conforme os princípios da iniciação nova, sobre uma experiência não mais ontológica e transcendente mas espaço–temporal.