Com este transcendental, penetramos em um domínio mais complexo, pois ele implica — como o bem — uma referência do ser a algo diverso dele O que é, portanto, o vero? À primeira abordagem, o vero se manifesta a nós como o fim na direção do qual tende todo conhecimento, isto é, como o fim ou perfeição da inteligência: conhecemos para possuir a verdade. E sob este ponto de vista subjetivo que Aristóteles, principalmente, encarou a verdade. Com Santo Agostinho, o doutor por excelência da filosofia do vero, e com toda a tradição que se liga ao seu nome, as perspectivas encontram-se invertidas: a verdade aparece sobretudo como um objeto que domina o espírito e que a ele se impõe: neste sentido, a verdade é inicial e fundamentalmente essa imutável e eterna verdade divina, da qual os espíritos criados participam. Herdeiro desta dupla tradição, Tomás de Aquino se esforçará para conciliar as doutrinas: para ele, a verdade será, ao mesmo tempo, sob diversos aspectos, perfeição do conhecimento, ou verdade lógica, e propriedade objetiva do ser, finalmente reportada à ciência divina, ou verdade ontológica. [Gardeil]