uso e menção

Modernamente se distingue entre uso e menção dos signos. Um signo usado é um nome da entidade designada pelo signo; um signo mencionado é um nome de si mesmo. Esta distinção se esclarece com alguns exemplos. Se escrevemos:

Antônio é mortal (1)

formulamos um enunciado no qual se atribui uma propriedade a uma entidade: a entidade cujo nome é ‘Antônio’. Dizemos neste caso que o signo ‘Antônio’ é usado. Ao contrário, se escrevemos:

’Antônio’ é um vocábulo trissilabo (2)

formulamos um enunciado no qual se atribui uma propriedade a um nome: o nome ‘Antônio’ é mencionado, ou seja, em (1) o nome ‘Antônio’ é usado e em (2) o mesmo nome é mencionado. Para distingui-los do resto da expressão, os nomes mencionados são colocados entre comas. Com efeito, não podíamos escrever:

Antônio é um vocábulo trissilabo,

pois o que aqui fazemos, em verdade, é falar do nome ‘Antônio’ e não da entidade cujo nome é ‘Antônio’. A entidade em questão não tem três sílabas, mas seu nome, sim, as tem. De fato, (1) e (2) deveriam ser colocados entre comas, pois em ambos os casos mencionamos esses enunciados, mas é usual adotar o expediente de suprimir as comas quando a expressão mencionada é escrita numa linha separada do texto.

A distinção entre uso e menção é fundamental e está baseada na chamada teoria da hierarquia da linguagem que consiste em distinguir entre uma linguagem, usualmente chamada objetolinguagem, e a linguagem deste objeto, usualmente chamada metalinguagem, que é a linguagem na qual falamos acerca do objetolinguagem. [LWVita]