tyche

týchê: fortuna

Como termo metafísico a tyche situa-se na rubrica geral da causa acidental (symbebekos), i. é, causa que tem um efeito não pretendido. Aristóteles divide tais causas acidentais (que são causas eficientes, Physica II, 198a) naquelas em que nãodeliberação, automaton (espontaneidade), e naquelas em que há algum grau de escolha racional (proairesis), em cujo caso está a tyche (Physica II, 197a-198a). O papel da tyche como princípio causal tem a maior das atrações para os atomistas (ver D. L. IX, 45; Aristóteles, Physica II, 196A24) onde a fortuna é equacionada com uma espécie de cega necessidade física (ananke) que opera sem finalidade. A identificação da sorte e da necessidade física é bem especificada por Platão na sua censura das teorias físicas correntes (Leis X, 889c). A opinião final de Aristóteles sobre a tyche é separá-la da ananke material e torná-la inferior tanto ao noûs como à physis, as duas causas que operam com finalidade (telos), Physica II, 198a. [FEPeters]