tonos

tonos: tensão

Tomando como ponto de partida um aforismo célebre de Heráclito que descreve o logos do mundo como uma tensão, semelhante à dum arco ou duma lira» (frg. 51; ver logos 1), os estoicos tentaram explicar a constituição do kosmos e das coisas nele existentes em termos da tensão do pneuma ou do princípio da alma dentro delas (ver SVF I, 514 onde o tonos cósmico é simbolicamente identificado com Héracles). Os estados de tensão no pneuma são distinguidos a vários níveis. Presente nas coisas orgânicas está a hexis, caracterizada por um «movimento tônico» (ver ibid. II, 496) de um tipo frágil que nada mais faz do que circular dentro do ser e dar-lhe unidade (ibid. II, 458; ver hexis). O próximo estádio superior é a physis, o tonos das plantas cujos movimentos mais fortes se manifestam primariamente na capacidade de crescimento (auxesis; ver ibid. II, 708-712). A seguir há a psyche, grau que pertence aos zoa caracterizada pelo movimento em termos de reação aos estímulos cognitivos e desiderativos exteriores. Finalmente há o logos, o tonos mais forte e mais puro do pneuma, assinalado pela capacidade de movimento auto-induzido (ver, em geral, para os graus, ibid. II, 458-462 e, para os tipos de movimento, ti, 989). Esta doutrina presente mesmo na primeira Stoa, encontrou a sua aplicação mais geral na teoria da simpatia (ver sympatheia 3) cósmica de Posidônio. [FEPeters]