texto filosófico

Ao fazermos uma espécie de redução do texto filosófico, situando-o, para a interpretação, no mesmo campo da Filologia ou particularmente da Literatura, reconhecemos apenas o possível caráter de prosa literária. Vamos fazer a experiência de avaliar a diferença de peso entre o texto filosófico e outro texto, que pode ser lido como prosa ou poesia na Literatura. Podemos fazer uma primeira distinção, descobrindo no texto literário a busca de um sentido mediante uma forma estética. O texto filosófico, de modo diverso, pretende ser um discurso sobre o mundo ou sobre uma determinada interpretação da realidade. A interpretação filológica não se concentra na realidade, mas basicamente em formas de expressão de uma experiência estética.

Ao tentarmos fazer uma leitura do texto filosófico, como se nele estivessem em ação mecanismos de compreensão semelhantes aos de um texto literário, fazemos apenas uma aproximação exterior para situarmos o texto filosófico como fazendo parte do ato da leitura, como acontece na Literatura. Com esse recurso, simplesmente possibilitamos a introdução de uma expressão de Harold Bloom, quando fala em desleitura. Podemos continuar, nessa linha superficial, para fins de introdução posterior do que pretendemos significar com o caráter único da leitura de um texto filosófico. [ErStein2014:15]