teoria da forma

Gestaltismo

ou Gestalttheorie, que foi primeiramente, para seu criador Kurt Goldstein (autor da Estrutura do organismo), uma teoria global do organismo, baseada na constatação de que é impossível isolar um órgão sem transformar todo o organismo (o organismo de um homem que teve a mão cortada não é um organismo sem mão e sim, um outro diferente). — Inversamente, todo elemento depende da estrutura de conjunto do organismo (o fígado não funciona do mesmo modo num organismo sadio e num doente). A teoria da forma foi aplicada, em seguida a Bergson e aos estudos de Ch. Foix, ao domínio do psiquismo: é impossível “localizar” no cérebro, por exemplo, a memória ou a emotividade, porque existem fenômenos de compensação (quando regiões da memória são destruídas, outras as substituem); é o equilíbrio do psiquismo inteiro que é reposto em questão por ocasião de cada ablação. Enfim, a teoria da forma tornou-se com P. Guillaume e Merleau-Ponty, uma teoria psicológica da percepção global: “Quando vejo uma árvore, não percebo primeiramente as folhas, depois, os galhos. . . para deduzir deles a ideia de árvore; percebo primeiro a árvore como uma totalidade (uma “forma” ou uma “estrutura”), somente em seguida, posso analisar que existem folhas, galhos etc.” As descrições concretas da psicologia da forma marcam uma reação global contra a psicologia clássica, para quem a percepção global não era primeira, e sim, um composto de sensações particulares. [Larousse]