Cassirer lembra que o grego temenos (latim templum, sobre a raíz tem, cortar) designa essencialmente o que cortado no “tempo” (latim tempus) está delimitado no espaço pela vara da augura.
Hermann Usener estabeleceu, em aproximando o temenos e o tempus, que a divisão mítica do espaço em regiões era paralela à divisão do tempo em períodos a partir de um mesmo esquema cósmico distribuído em forma de cruz:
Os termos essenciais, temenos (tempus), templum, não significam nada além que corte, interseção: duas madeiras dispostas em cruz constituem ainda na língua tardia dos agrimensores um templum; em sua evolução natural, a significação recobriu o espaço dividido desta maneira, e na palavra tempus, uma porção do céu, por exemplo o Oriente, se tornou um momento do dia (p.ex. a manhã) e designou o tempo em geral.