superar

(in. To sublate; fr. Dépasser; al. Aufheben; it. Superaré).

Termo usado por He-gel para indicar o processo dialético que, ao mesmo tempo, conserva e elimina cada um de seus momentos. Hegel dizia: “Na língua, a palavra superar tem sentido duplo porque, por um lado, significa conservar, reter, e, por outro, fazer cessar, pôr fim. ‘Conservar’ já encerra o negativo, implica que algo foi privado de sua imediação, portanto de uma existência aberta a influências externas, com o fim de ser retido. Assim, o que é superado é ao mesmo tempo algo conservado que perdeu apenas a imediação, mas nem por isso é anulado.” (Wissenschaft der Logik, I, Livro I, seç. I, cap. 1, nota; trad. it., pp. 105-06). Embora Hegel, no mesmo trecho, faça um paralelo entre o significado do termo alemão e o latim tollere, o uso em italiano estabeleceu a equivalência do termo com superar. Superação significa, consequentemente, progresso que conservou o que havia de verdadeiro nos momentos precedentes, levando-o a completar-se. Como exemplo desse conceito, pode-se citar o que Hegel diz sobre a superação no domínio da filosofia. “Toda as filosofias foram necessárias e ainda são; nenhuma desapareceu, mas todas foram conservadas afirmativamente na filosofia como momentos de um todo: os princípios são conservados, e a filosofia mais recente é o resultado de todos os princípios precedentes: nesse sentido, nenhuma filosofia foi refutada. O que foi refutado não é o princípio de dada filosofia, mas apenas a sua pretensão de representar a conclusão última e absoluta” (Geschichte der Philosophie, I, Intr., A, 3, b). O idealismo italiano entre guerras usou e abusou desse termo. [Abbagnano]