Spencer, Herbert (1820-1903)
O filósofo inglês Herbert Spencer é mais conhecido por sua teoria da evolução. Em hipótese e desenvolvimento (1852), antes de Darwin, já exprimia a ideia do evolucionismo. Esse autodidata, vangloriando-se de jamais ter se instruído nos livros e de ter sido apenas um colecionador de fatos. elabora uma doutrina com três pontos essenciais: a) a teoria do incognoscível, tentando mostrar que a ciência e a religião podem reconciliar-se no reconhecimento do incognoscível; b) a teoria da evolução: c) a teoria do organicismo em sociologia. Defendeu sua teoria geral conhecida como “organicismo”: a sociedade é um organismo que possui suas células e seus órgãos, que cresce e se torna complexo, suas partes se integrando e se diferenciando (é a lei de sua evolução). Quanto ao evolucionismo, a lei mais geral, definindo a estrutura mesma da evolução, é a seguinte: “A evolução é um duplo movimento de integração e de diferenciação progressivas”. Integração progressiva, ou seja, a evolução é, nesse processo, a passagem de uma forma menos coerente a uma forma mais coerente. Diferenciação progressiva, ou seja, a evolução é, nesse processo, a passagem do simples ao complexo, do indeterminado ao diferenciado. A evolução marcha para um “estado de equilíbrio dinâmico”: tudo, na natureza, parece procurar um estado de equilibrio ativo ou de adaptação. Assim, sua teoria da evolução consiste numa teoria da transformação do universo orientando-se de uma homogeneidade incoerente, para uma diferenciação sempre maior. Seus dois primeiros livros, Social Statics (1851), e Principles of Psychology (1855), causaram grande impacto. Em 1860, anunciou o System of Synthetic Philosophy (Sistema de Filosofia Sintética), sobre o qual publicou as seguintes obras: First Principles (1862), Principles of Biology, 2 vols. (1864, 1867), Principles of Sociology, 3 vols. (1876, 1882. 1896), Data of Ethics (1879), Principles of Ethics, 2 vols. (1892, 1893). Escreveu ainda, entre outros: Education (1861), The Man versus the State (1884), e Autobiography, publicado no ano seguinte ao de sua morte (1904). [Japiassu]