(gr. tyke; lat. Fortuna; in. Fortune; fr. Fortune; al. Gluck; it. Fortuna).
Segundo Aristóteles, distingue-se do acaso porque se verifica no domínio das ações humanas e por isso não podem ter sorte ou falta de sorte os seres que não podem agir livremente. “Os seres inanimados, os animais, as crianças, não fazem nada por sorte porque não têm escolha; e a boa ou a má sorte só lhes é atribuída por semelhança, da mesma maneira como Protarco disse que as pedras do altar têm sorte porque são homenageadas, enquanto suas companheiras são pisadas” (Fís., II, 6, 197b 1). Essa significação manteve-se no uso moderno da palavra. Seu conceito filosófico é, portanto, o mesmo de acaso. [Abbagnano] [Abbagnano]
A maneira pela qual um empreendimento pode mudar de direção. — A palavra designa mais especialmente a boa sorte e opõe-se a “azar”. Os empreendimentos que dependem da sorte (como o jogo de roleta, o jogo de cartas, as previsões estatísticas e também, numa certa medida, todos os empreendimentos humanos) têm sido objetos do cálculo das probabilidades. Cournot foi o primeiro matemático a fazer a teoria do acaso ou da sorte. Definiu o acaso como “o entrecruzamento de duas séries causais independentes”. O cálculo das possibilidades é empregado em economia e em política para se prever a longo prazo os movimentos de população, a evolução da opinião etc. [Larousse]