sofística

(in. Sophistics; fr. Sopbistique; al. Sophistik; it. Sofistica).

1. Aristóteles chamou de sofística “a sabedoria (sapientia) aparente mas não real” (El. soph., 1, 165 a 21), e esse passou a indicar a habilidade de aduzir argumentos capciosos ou enganosos.

2. Em sentido histórico, a sofística é a corrente filosófica preconizada pelos sofistas, mestres de retórica e cultura geral que exerceram forte influência sobre o clima intelectual grego entre os sécs. V e IV a.C. A sofística não é uma escola filosófica, mas uma orientação genérica que os sofística acataram devido às exigências de sua profissão. Seus fundamentos podem ser assim resumidos:

1) O interesse filosófico concentra-se no homem e em seus problemas, o que os sofistas tiveram em comum com Sócrates.

2) O conhecimento reduz-se à opinião e o bem, à utilidade. Consequentemente, reconhece-se da relatividade da verdade e dos valores morais, que mudariam segundo o lugar e o tempo.

3) Erística: habilidade em refutar e sustentar ao mesmo tempo teses contraditórias.

4) Oposição entre natureza e lei; na natureza, prevalece o direito do mais forte.

Nem todos os sofistas defendem essas teses: os grandes sofistas da época de Sócrates (Protágoras e Górgias) sustentaram principalmente as duas primeiras. As outras foram apanágio da segunda geração de sofistas (cf. Untersteiner, I sofisti, 1949). [Abbagnano]