senso

(in. Sense; fr. Sens; al. Sinn; it. Senso).

Capacidade de julgar em geral. Com esta significação, a palavra é empregada nas seguintes expressões: bom senso, que Descartes considera sinônimo de razão e define como “faculdade de bem julgar e de distinguir o verdadeiro do falso” (Discours, I); senso moral, que Shaftesbury (Characteristics of Men, 1111) e Hutchinson (System of Moral Philosophy, 1755) consideraram capacidade instintiva de avaliação moral, portanto como guia infalível do homem; senso racional ou senso lógico, que Romagnosi considerou como atividade que julga e organiza as sensações (Che cos’è la mente sana, 1827, § 10). Com esta mesma acepção do termo relaciona-se a expressão senso comum, à qual foi dedicado um verbete à parte, bem como expressões como senso prático, senso financeiro, senso artístico, etc, que designam a capacidade de julgar ou de orientar-se nos campos especiais, indicados pelo adjunto adnominal. [Abbagnano]


Julgamento, raciocínio, juízo, siso, entendimento. Senso é pois a capacidade racional, intelectual do entendimento humano. É o que o orienta. Daí surgir na composição de expressões como senso comum, bom senso, etc. [MFSDIC]


Uma vez que nosso senso de realidade depende totalmente da aparência e, portanto, da existência de um domínio público no qual as coisas possam emergir da treva de uma existência resguardada, até a meia-luz que ilumina nossas vidas privada e íntima deriva, em última análise, da luz muito mais intensa do domínio público. No entanto, há muitas coisas que não podem suportar a luz implacável e radiante da constante presença de outros na cena pública; nesta, só pode ser tolerado o que é considerado relevante, digno de ser visto ou ouvido, de sorte que o irrelevante se torna automaticamente um assunto privado. É claro que isso não significa que as questões privadas sejam geralmente irrelevantes; pelo contrário, veremos que existem assuntos muito relevantes que só podem sobreviver no domínio privado. [ArendtCH, 7]