(in. Sacrifice; fr. Sacrifice; al. Opfer; it. Sacrifíció).
Destruição de um bem ou renúncia ao mesmo, em honra à divindade. O sacrifício é uma das técnicas religiosas mais difundidas. Seu objetivo é a purificação de alguma culpa ou pecado: neste caso, é desinteressado, ou seja, não tem objetivo utilitário imediato. Seu objetivo também pode ser a consagração, que é uma finalidade mais ou menos utilitária, pois consiste em persuadir a divindade a dar garantias à coisa ou à pessoa que se consagra. Tanto a purificação quanto a consagração na maioria das vezes têm caráter simbólico, no sentido de que a dádiva sacrificada não tem apenas o valor econômico que a comunidade lhe atribui, mas também certa relação simbólica com o objetivo (purificação ou consagração) da cerimônia sacrificai. Essas características podem ser identificadas nas técnicas sacrificais de todas as religiões, seja qual for seu grau de desenvolvimento ou de refinamento intelectual (cf. S. Reinach, Cultes, mytheset religions, 1905; E. Durkheim, les formes élémentaires de la vie religieuse, 1912; A. Loisy, Essai historique sur le sacrifice, 1920; P. Radin, Primitive Religion, 1937). (Abbagnano)
(do lat. sacrum e facere, fazer o sagrado).
a) Etimologicamente significa a oferta ou destruição de um bem sensível em benefício de um ser superior, a fim de reverenciá-lo, ou para agradecer os benefícios recebidos, ou para pedir perdão pelos erros praticados. O sacrifício religioso realiza-se por meio de rituais e cerimônias.
b) É também a renúncia voluntária do que se possui ou do que se poderá obter com um fim religioso, moral, artístico e até utilitário. [MFSDIC]
O sacrifício (yajña) realizado aqui embaixo é uma mimese ritual do que foi feito pelos Deuses no início e, da mesma forma, tanto um pecado quanto uma expiação… Não é apenas a nossa natureza passível que está envolvida, mas também a dele. Nessa natureza compatível, ele simpatiza com nossas misérias e prazeres e está sujeito às consequências das coisas feitas tanto quanto “nós”. Ele não escolhe seus ventres, mas entra em nascimentos que podem ser altivos ou maldosos (sadasat) e nos quais sua natureza mortal é o fruto (bhokṭr) igualmente do bem e do mal, da verdade e da falsidade. O fato de que “ele é o único vidente, ouvinte, pensador, conhecedor e fruidor” (Aitareya Âraṇyaka e Bṛhadâraṇyaka Upaniṣad) em nós, e que “quem vê, é pelo seu raio que vê” (Jaiminîya Upaniṣad Brâhmaṇa), que olha para todos os seres, é o mesmo que dizer que “o Senhor é o único transmigrador” (Śaṅkarâcârya), e segue-se inevitavelmente que, pelo próprio ato com o qual ele nos dota de consciência, “ele se aprisiona como um pássaro na rede” (Maitri Upaniṣad), e está sujeito ao mal, a Morte, ou parece estar assim acorrentado e sujeito” (Coomaraswamy: Hinduism and Buddhism, pp. 10, 16). (TTW)