(in. Uncertainty relations; fr. Relations d’indétermination; al. Unbestimmtheitsrelationen; it. Relazioni di indeterminazione).
Em física subatômica essa expressão ou a expressão “princípio de I.” designa desde 1927 o reconhecimento da ação recíproca entre o objeto e o observador, portanto a perturbação que a observação produz sobre o objeto observado. Foi Heisenberg quem mostrou esse aspecto essencial da física quântica, expressando-o assim: “Nas teorias clássicas a interação entre o objeto e o observador era considerada desprezível ou controlável, de tal modo que se poderia eliminar a influência por meio de cálculos. Na física atômica, essa admissão não é possível porque, em vista da descontinuidade dos acontecimentos atômicos, qualquer interação pode produzir variações parcialmente incontroláveis e relativamente grandes. Essa circunstância tem como consequência o fato de que, em geral, as experiências realizadas com o fim de determinar uma grandeza física tornam ilusório o conhecimento de outras grandezas obtidas antes; na verdade, influenciam de maneira incontrolável o sistema sobre o qual se opera, portanto os valores das grandezas anteriormente conhecidas são por elas alterados. Se tratarmos essa perturbação de modo quantitativo, veremos que em muitos casos o conhecimento simultâneo de diversas variáveis tem um limite de exatidão finito, que não pode ser ultrapassado” (Die physikalischen Prinzipien der Quantentheorie, 1930, I, § 1). Quanto à influência que a descoberta das relações de I. exerceu no campo científico-filosófico, v. causalidade; condição). (Abbagnano)