Segue-se imediatamente do conceito de ser o princípio de não-contradição. O ser é ser, e como tal não admite contradição. O ser é ser e não pode ser não-ser. Sob o mesmo aspecto que é, é; e não pode “não-ser” simultaneamente. Como vimos em “Lógica e Dialética” esse princípio formal de não-contradição não exclui o princípio dialético de contradição, pois o primeiro se refere ao que é, sob o mesmo aspecto, enquanto o segundo se refere a simultaneidade de aspectos diferentes, pois, do contrário, a Dialética tomar-se-ia numa lógica do absurdo.
Segue-se, portanto, esse princípio do ser, pois a inteligência capta que o ser não pode ser o não-ser.
É o princípio de não contradição princípio psicológico e ontologicamente o primeiro. Pois pode haver falsidade em dizer que isto é isto, ou aquilo, mas não há falsidade, nisto, em ser isto, nem em aquilo ser aquilo, pois o ser ontológico do que é, é sempre verdadeiro, embora nossos juízos possam ser inadequados ao que dele predicamos, o que seria uma falsidade lógica. O ser nunca é falso, a falsidade é apenas lógica; o ser é sempre eminentemente verdadeiro.
Segue-se imediatamente três princípios ontológicos:
1) O princípio de identidade: o ente é ente; o que é, é.
2) O princípio de não-contradição: o que é, é, e não pode, ao mesmo tempo e sob o mesmo aspecto, não ser;
3) Princípio do terceiro excluído: o ser não pode ser e não-ser ao mesmo tempo e sob o mesmo aspecto. Não há um médium entre ser e não-ser. [MFS]