pré lógico

(fr. Prélogique).

Adjetivo introduzido por L. Lévy-Bruhl para caracterizar a mentalidade dos povos primitivos, considerada indiferente ao princípio de contradição e fundada na participação (Les fonctions mentales dans les sociétés inférieures, 1910, pp. 78 ss.). Depois, Lévy-Bruhl abandonou esse conceito: “Não há mentalidade primitiva que se distinga da outra por dois caracteres que lhes são próprios (místico e pré-lógico). Existe mentalidade mística mais acentuada e mais facilmente observável entre os primitivos do que em nossas sociedades, mas que está presente em todo o espírito humano” (Les carnets, 1949, VI; trad. it., p. 161). [Abbagnano]


O que precede a lógica. — A ideia de uma mentalidade pré-lógica própria de certas sociedades não civilizadas pelo Ocidente, desenvolvida por Lévy-Bruhl, é um mito tecido por um certo número de preconceitos: o caráter de um homem apaixonado, de todos aqueles que não compreendemos ou que não queremos compreender, a própria mentalidade dos que não partilham de nossas ideias parecem-nos “pré-lógicos”. Atualmente, a noção desapareceu da sociologia. Fala-se antes de “mentalidade pura” ou de “pensamento selvagem” (Lévi-Strauss), entendendo-se por isso um modo de pensamento ou de vida ainda não deformado pelas exigências da civilização moderna (tal como o dever de trabalhar rápido e de “render” por todos os meios, tais como o preconceito do valor intrínseco do dinheiro e o entusiasmo pelo progresso técnico etc); o “pensamento selvagem” é considerado positivamente como a expressão livre e natural do homem, não sob um aspecto negativo nem como um pensamento de grau inferior. [Larousse]