(in. Positive; fr. Positif; al. Positiv; it. Positivo).
1. O que é posto, estabelecido ou reconhecido como um fato. Leibniz chamava de “verdades positivas” as verdades de fato, que se distinguem das verdades de razão porque constituem “leis que aprouve a Deus dar à natureza” (Théod., Discours, § 2). No mesmo sentido, fala-se em religião positiva como religião estabelecida de fato, que vigora como um complexo de instituições históricas, ao contrário da religião natural, que pode não vigorar de fato. Fala-se de direito positivo como direito vigente em determinado Estado, em contraposição ao direito natural, que pode não ter validade de fato. As expressões “fato positivo” e “realidade positivo” têm valor análogo porque designam o fato ou a realidade reconhecida ou reconhecível como tal em virtude de um método objetivo. Portanto, nesta acepção, o significado fundamental do termo é aquilo que vigora de fato ou tem realidade efetiva. Comte expressava esse significado ao afirmar: “Considerada na sua acepção mais antiga e mais comum, a palavra positivo designa o que é real em oposição ao que é quimérico” (Discours sur l’esprit positif, § 31). O positivismo chamou de positivo o método da ciência porque visa ao reconhecimento puro e simples dos fatos e de suas relações. Em sentido não diferente deste, Schelling chamou de positivo o conhecimento que considera o ato com que a realidade é posta. Distinguiu as condições negativas do conhecimento, que são aquelas sem as quais o conhecimento não é possível, das condições positivo, que são aquelas graças às quais o conhecimento se realiza. As primeiras são as formas racionais do ser e dizem o que o ser pode ou deve ser; as segundas expressam a existência e consistem substancialmente na vontade de Deus de manifestar-se (Werke, II, III, pp. 57 ss.).
2) O mesmo que afirmativo. Neste sentido, o termo recorre em locuções como “declarações positivas” ou “notícias positivas”, ou mesmo para designar doutrinas que caracterizem seus objetos com afirmações, e não com negações; p. ex., “teologia positiva”, em oposição a teologia negativa; “existencialismo positivo”, etc.
3) O mesmo que positivista, no sentido em que, a partir de Comte, se diz “filósofos positivos”. [Abbagnano]