poíesis (he): fabricação, atividade operatória; poesia. Latim: Ars, operatio. Poesis.
Atividade transitiva do homem sobre as coisas (em oposição à ação imanente).
O radical poi é o radical do fazer. E encontrado em:
– poiô / poio (inf. poieín Z noveiv): fazer
– poíema (tó) / poiema (tó): obra, poema.
– poietés (ho) / poietes (ho): fabricante, autor, poeta.
– poietikós / poietikos: produtor, operatório.
Poíesis pode significar:
Ação em geral. “Aqueles que realizam ações as realizam em vista de um bem” (Górgias, 468b). Aristóteles faz de tò poiein (o agir) e de tò páskhein (o sofrer) duas categorias opostas (Cat., IX; Degen., 1,2,6-9).”Nenhuma das ações que têm um termo é um fim em si mesma” (Met., 0, 6).
Operação, fabricação, em oposição à ação imanente. Aristóteles mostra, alternadamente, a reflexão que preside à prâxis / praxis e à poíesis (Ét. Mc, VI, I, 4-5), e depois insiste para marcá-las como duas atividades distintas (ibid., VI, IV, 5).
Poesia. O poeta é um “fazedor” de versos. E preciso distinguir, na obra poética, dois elementos inseparáveis na prática, mas totalmente diferentes em sua natureza: o verso e a música. Quando Platão, na República (III, 377a, 381c; X, 599b-603b), condena a poesia (poíesis), atém-se ao texto, pois o critica por ser uma imitação, um fantasma: quando, em Fédon (60c-61c), ele louva a poesia de Sócrates, emprega o termo mousiké / mousike; então, o que ele admira é a inspiração. Aristóteles escreveu uma Poética (Poietiké / poietike), subentendido tékhne / techne = arte; é uma arte poética. [Gobry]