platonismo linguístico

Fala-se correntemente de “platonismo matemático”; pode-se falar de um platonismo linguístico? Certamente não no mesmo sentido. Pode-se, dificilmente, pelo menos à primeira vista, atribuir, por exemplo, um status ideal à sílaba. Mas, como as realidades sensíveis são compostas de cópias de objetos ideais, também poderíamos pensar que a linguagem, em uma ótica platônica, é um misto sensível composto de objetos ideais, como o nome ideal, o verbo ideal etc. O platonismo linguístico decorreria de uma tese, que é exposta ao longo do Crátilo: a exatidão da denominação, a correção da relação entre as palavras e as coisas. Sabemos que o Teeteto e o Sofista exprimem um questionamento radical da separação das Ideias. E pois capital ver que as ideias semânticas de Platão foram expostas em um momento de perplexidade inédita, cuja intensidade não será reencontrada antes do segundo Wittgenstein. [NEF]