Como dissemos, são estes os elementos lógicos essenciais da enunciação. Toda enunciação compreende, necessariamente, pelo menos um nome e um verbo: dois nomes isolados ou dois verbos constituem apenas um conjunto sem significação própria, enquanto que um nome e um verbo são suficientes para constituir uma verdadeira proposição: “a chuva cai”.
O nome e o verbo se distinguem profundamente pela maneira pela qual eles significam a coisa que representam. O nome faz abstração da existência no tempo, representando as coisas como estáveis, mesmo se sua natureza é, na realidade, móvel: “homem”, “branco” “queda”. É o aspecto essência que assim se acha expresso. O verbo, pelo contrário, inclui em sua significação a existência atual. Ele representa as coisas em sua mutação, em seu vir-a-ser, como sujeitas a modificações no tempo. É o lado da existência das coisas que é aqui colocado em relevo. O verbo essencial será o verbo ser que as outras formas verbais contêm de maneira pelo menos implícita. Nome e verbo se combinam e se completam, assim, no discurso, o primeiro exprimindo o aspecto de determinação estável, o segundo aspecto dá atualidade mutável das coisas.
Temos agora, condições para compreender a definição que se dá, sintetizando todas essas observações, a essas duas espécies de termos:
O nome é um termo significativo de maneira intemporal do qual nenhuma parte tem significação por si só, e que é finito e direto: vox significativa ad placitum, sine tempore, cujus nulla pars significat separata, finita, recta.
Vox significativa ad placitum exprime a própria definição do termo, sinal convencional. Sine tempore indica o caráter distintivo do nome que abstrai do tempo ou, mais profundamente, da existência atual. Cujus nulla pars significat separata exclui os discursos ou os termos complexos. Observe-se que por termos complexos entende-se aqui aqueles em que cada parte teria uma significação relativa ao conjunto (“arco-iris”). Não se trata de sílabas que, isoladas, poderiam ter uma significação sem qualquer relação com o todo, “livraria”. Finita exclui os termos que seriam indeterminados: Aristóteles dá como exemplo “não-homem” que, com efeito, nada designa de preciso. Recta exclui os casos de dedicação de um nome: “de Filon”, “a Filon”: esses casos, como tais, relacionam o termo a um outro e o impedem, assim, de ter uma significação própria ou como nome.
O verbo é um termo significativo no tempo, do qual nenhuma parte tem significação por si própria, que é finito, de tempo direto, e relaciona-se sempre ao predicado: vox significativa ad placitum, cum tempore, cujus nulla pars significat separata, finita et recta, et eorum quae de altero praedicantur semper est nota.
Vox significativa ad placitum exprime a definição do termo. Cum tempore distingue o verbo do nome. Cujus nulla pars significat separata exclui os verbos compostos. Finita exclui os verbos indefinidos ou indeterminados “não passa bem”, “não está doente”. Recta exclui os tempos passados ou futuros “ele passou bem”, “ele passará bem”. Este detalhe tem sua importância porque torna patente que Aristóteles não desejou visar, ao afirmar que o verbo significava cum tempore, a diversidade passado-presente–futuro, mas somente o modo presente. O passado e o futuro “declinam” da significação própria do verbo. Et de eorum quae praedicantur semper est nota exclui o particípio e o infinitivo, que podem se relacionar tanto ao sujeito quanto ao predicado (“viver é um bem”) enquanto que o verbo se mantém sempre do lado do predicado. (Gardeil)
Como dissemos, são estes os elementos lógicos essenciais da enunciação. Toda enunciação compreende, necessariamente, pelo menos um nome e um verbo: dois nomes isolados ou dois verbos constituem apenas um conjunto sem significação própria, enquanto que um nome e um verbo são suficientes para constituir uma verdadeira proposição: “a chuva cai”.
O nome e o verbo se distinguem profundamente pela maneira pela qual eles significam a coisa que representam. O nome faz abstração da existência no tempo, representando as coisas como estáveis, mesmo se sua natureza é, na realidade, móvel: “homem”, “branco” “queda”. É o aspecto essência que assim se acha expresso. O verbo, pelo contrário, inclui em sua significação a existência atual. Ele representa as coisas em sua mutação, em seu vir-a-ser, como sujeitas a modificações no tempo. É o lado da existência das coisas que é aqui colocado em relevo. O verbo essencial será o verbo ser que as outras formas verbais contêm de maneira pelo menos implícita. Nome e verbo se combinam e se completam, assim, no discurso, o primeiro exprimindo o aspecto de determinação estável, o segundo aspecto dá atualidade mutável das coisas.
Temos agora, condições para compreender a definição que se dá, sintetizando todas essas observações, a essas duas espécies de termos:
O nome é um termo significativo de maneira intemporal do qual nenhuma parte tem significação por si só, e que é finito e direto: vox significativa ad placitum, sine tempore, cujus nulla pars significat separata, finita, recta.
Vox significativa ad placitum exprime a própria definição do termo, sinal convencional. Sine tempore indica o caráter distintivo do nome que abstrai do tempo ou, mais profundamente, da existência atual. Cujus nulla pars significat separata exclui os discursos ou os termos complexos. Observe-se que por termos complexos entende-se aqui aqueles em que cada parte teria uma significação relativa ao conjunto (“arco-iris”). Não se trata de sílabas que, isoladas, poderiam ter uma significação sem qualquer relação com o todo, “livraria”. Finita exclui os termos que seriam indeterminados: Aristóteles dá como exemplo “não-homem” que, com efeito, nada designa de preciso. Recta exclui os casos de dedicação de um nome: “de Filon”, “a Filon”: esses casos, como tais, relacionam o termo a um outro e o impedem, assim, de ter uma significação própria ou como nome.
O verbo é um termo significativo no tempo, do qual nenhuma parte tem significação por si própria, que é finito, de tempo direto, e relaciona-se sempre ao predicado: vox significativa ad placitum, cum tempore, cujus nulla pars significat separata, finita et recta, et eorum quae de altero praedicantur semper est nota.
Vox significativa ad placitum exprime a definição do termo. Cum tempore distingue o verbo do nome. Cujus nulla pars significat separata exclui os verbos compostos. Finita exclui os verbos indefinidos ou indeterminados “não passa bem”, “não está doente”. Recta exclui os tempos passados ou futuros “ele passou bem”, “ele passará bem”. Este detalhe tem sua importância porque torna patente que Aristóteles não desejou visar, ao afirmar que o verbo significava cum tempore, a diversidade passado-presente-futuro, mas somente o modo presente. O passado e o futuro “declinam” da significação própria do verbo. Et de eorum quae praedicantur semper est nota exclui o particípio e o infinitivo, que podem se relacionar tanto ao sujeito quanto ao predicado (“viver é um bem”) enquanto que o verbo se mantém sempre do lado do predicado. (Gardeil)