nihil est in intellectu quod non prius fuerit in sensu

nihil est in intellectu quod non prius fuerit in sensu – (lat.) = nada há no intelecto que não tenha primeiramente estado nos sentidos. Máxima de Aristóteles que se transformou na de todos os empiristas, embora fosse ele um empirista-racionalista.

Na gnosiologia, o pensamento de Aristóteles é de que os sentidos são os meios de comunicação de nosso espirito com o meio exterior. Mas estes nos dão o phantasma (fantasma) da coisa, confusamente (confuse), no qual o intelecto ativo, posteriormente, realiza o ato de abstração intelectual, que consiste na captação das formas que estão confusamente no fantasma ( que corresponde ao estímulo na linguagem moderna). Nosso intelecto realiza essa operação e apenas extrai o que já está contido. A forma, em nós, não é a que está na coisa, mas é intencionadamente construída por nós à semelhança proporcional que a intelectualidade tem com a realidade das coisas. Esse princípio empírico foi aceito por Tomás de Aquino. A ele já se opunha, com antecedência, Platão, a quem Aristóteles contraditou neste ponto. Santo Agostinho e Leibniz seguem a linha platônica que afirma que, no intelecto, há mais. Que a extração que o intelecto possa fazer dos fatos exteriores, que é a abstração das formas, é indubitável, mas o intelecto em si, seus esquemas, suas formas que já antecedem a experiência, sem as quais seria impossível qualquer assimilação e a própria operação abstrativa, exige algo que se dê previamente. Vide Nativismo. Deste modo, para expressar esse pensamento, Leibniz acrescentou à máxima filosófica de Aristóteles estas palavras: nisi intellectu ipse , ou seja, exceto o que já esteja no intelecto, o que é inato a ele. É fundada nessa concepção que Kant, posteriormente, vai afirmar a existência de formas a priori. [MFSDIC]