Época que está sendo substituída pela biotécnica, prevista por Kroptkine, em que se dará a incorporação do orgânico ao mecânico, fase concreta, começo de uma nova aurora para a humanidade, depois de destruído o espírito e as formas de vida e de exploração paleotécnicas.
Ela vem das concepções geniais de Bacon, Leonardo da Vinci, Galileu, Lord Verulam, Glanvill, Porta e outros. Entretanto ainda predominam entre nós as concepções bárbaras da paleotécnica, sobretudo no terreno da luta de classe e das lutas nacionais. Uma pergunta surge: quando se iniciou a neotécnica? Ela não teve propriamente um início determinado, mas uma série de inventos foram permitindo o seu surgimento que também se modificasse a mentalidade humana, pela atualização do que havia ficado inibido durante o predomínio quase total da paleotécnica. Pequenas unidades de produção podem ser utilizadas por grandes unidades de administração, comunicações mais rápidas, supervisão mais técnica. A eletricidade não exige, como a máquina a vapor, que à sua volta se concentre a produção.
Mas o que caracteriza sobretudo a neotécnica é a luta contra o desperdício. O aproveitamento dos bens é integral. Enquanto na paleotécnica se envenenam os rios, o ar, a neotécnica limpa, higieniza, porque aproveita tudo. O orgânico retorna para incorporar-se ao mecânico, e inicia-se a preparação de uma nova fase do futuro, a biotécnica.
No entanto, a predominância do espírito paleotécnico na política e na economia não permite que ingressemos nessa fase. Grandes fábricas, sob as normas da paleotécnica, ainda são construídas. O manchesterismo continua fazendo seus estragos e as lutas de classe não permitem que os homens atualizem, senão os seus ódios e seus ressentimentos. [MFSDIC]