(in. Motivation; fr. Motivation; al. Motivation; it. Motivazioné).
1. Causalidade do motivo. Schopenhauer foi o primeiro a distinguir nitidamente essa forma de causalidade das outras três, que são: causalidade da causa, causalidade da razão e causalidade da razão de ser (Über die vierfache Wurzel des Satzes vom zureichenden Grunde, 1813, §§ 20, 29, 36). Schopenhauer diz: “A eficiência do motivo vem a ser conhecida por nós não só exteriormente de modo mediato, como a de todas as outras causas, mas também interiormente, de modo imediato. (…) Daí resulta a importante proposição: a motivação é a causalidade vista do interiormente. (…) É preciso, portanto, propor a motivação como uma força especial do princípio de razão suficiente do agir, ou seja, como lei da motivação” ( Vierfache Wurzel, 5 43). Mesmo sem o caráter privilegiado de revelação imediata do modo de agir intrínseco da causalidade, que Schopenhauer lhe atribuía, a motivação continuou indicando a ação determinante do motivo, sejam quais forem os limites impostos a tal determinação. Os problemas da motivação são, por um lado, de natureza psicológica e concernem ao modo de agir dos motivos, passível de observação pelos instrumentos de que a psicologia dispõe; e, por outro lado, são de natureza filosófica, porquanto dizem respeito aos limites ou às modalidades de determinação, portanto à liberdade e ao determinismo .
2. Husserl chamou de motivação as conexões da experiência que condicionam a possibilidade de experimentação ulterior: “Experimentabilidade não significa possibilidade lógica, vazia, mas possibilidade motivada pela conexão da experiência. Esta é uma cadeia contínua de motivação, que assume sempre novas motivações e transforma as já formadas” (Ideen, I § 47). [Abbagnano]