A síntese difere da análise apenas pela inversão da ordem dos teoremas, ou problemas, terminados, por um lado, na proposta e, por outro, em algo de conhecido. […]
Este método consiste em partir de proposições consideradas como verdadeiras, delas deduzir outras como consequências necessárias, destas, outras, e assim seguidamente até chegarmos à proposta, que então se encontra reconhecida como verdadeira. […] Donde se conclui que, se conhecêssemos a demonstração analítica de um teorema, obteríamos imediatamente a demonstração sintética invertendo a ordem das proposições.
Se procuramos uma demonstração de um teorema enunciado, a dificuldade consiste em escolher as proposições que convém tomar como ponto de partida e como consequências. E se nada as designar e as tomarmos ao acaso, poderemos fazer um número indefinido de tentativas infrutíferas, não merecendo tal processo o nome de método.
Mas se tratarmos unicamente de comunicar aos outros uma demonstração que conhecemos, sabemos de que proposição admitida partir e quais são as que dela havemos de deduzir sucessivamente. O único inconveniente, neste caso, consiste no fato de aquele a quem se ensina ser de algum modo conduzido às cegas, e sem se aperceber se os passos que lhe fazemos dar o aproximam ou o afastam do seu objetivo.
Jean-Marie Duhamel, Des Méthodes dans les Sciences du Raisonnement, 1.a parte, cap. vi.