(in. Manner; fr. Manière, al. Manier; it. Manierà).
A partir do séc. XVIII essa palavra foi usada para designar uma forma menor de expressão artística, produto da busca malsucedida de originalidade. Kant diz “O M. é uma espécie de contrafação, que consiste em imitar a originalidade e, portanto, em afastar-se o máximo possível dos imitadores, sem, porém, possuir o talento de ser exemplar por si mesmo. (…) O precioso, o rebuscado e afetado que querem distinguir-se do comum mas carecem de talento lembram os modos de quem se escuta ou se movimenta como se estivesse em cena” (Crít. do Juízo, § 49). No mesmo sentido, Hegel definia o M. como a forma de arte em que o artista, em vez de conservar a “objetividade” da arte, procura absorvê-la em sua individualidade “particular e acidental”, contrapondo-a, portanto, à originalidade, que é a “verdadeira objetividade” da obra de arte (Vorlesungen über die Ästhetik, ed. Glockner, I, pp. 391 ss.). [Abbagnano]