É útil distinguir linguagem natural e linguagem artificial. A linguagem natural é a linguagem tal como é dada, tal como é espontaneamente empregada pelos membros das diferentes comunidades linguísticas. As regras que ela executa operam de modo implícito; somente a análise linguística pode colocá-las em evidência. Uma linguagem artificial é uma linguagem construída; portanto, somente em sentido derivado constitui uma linguagem. As regras são estabelecidas de forma explícita e completa, e as expressões são geradas da aplicação explícita (e voluntária) das regras. As linguagens com que são formulados os sistemas formais servem de exemplo. Do ponto de vista de uma acepção estrita, uma linguagem formal só pode verdadeiramente ser chamada “linguagem” se estiver acompanhada de regras de interpretação permitindo associar significações às suas expressões bem estabelecidas. Do ponto de vista de uma acepção mais ampla, poder-se-ia considerar como “linguagem” formal todo processo de produção de expressões, mesmo quando desprovido de regras de interpretação, desde que algumas destas expressões possam ser consideradas como “sentenças”, isto é, como unidades linguísticas suscetíveis (em sentido formal) de serem “verdadeiras” ou “falsas”. [Ladrière]