(in. Virtual; fr. Virtuel; al. Virtuell; it. Virtuale).
O mesmo que potencial. [Abbagnano]
(lat.: virtualis)
Contestando a visão comum de que a informática promove uma perda de materialidade das coisas, Lévy prefere reabilitar o conceito aristotélico e escolástico, que entende o virtual como o que existe em potência e não em ato, segundo ele. Em outros termos, Lévy contradiz a oposição fácil e enganosa entre real e virtual, onde este último geralmente se refere a uma simples ausência de existência, ou seja, à própria ilusão.
Avançando em seu questionamento, Lévy define o “virtual”, em oposição ao “atual”, como o nó de tendências ou de forças que acompanha uma situação, um acontecimento, um objeto ou uma entidade qualquer, estabelecendo assim um complexo problemático, que demanda um processo de resolução em perfeita sintonia com este nó de tendências original.
Aos olhos de Lévy, a informática permite re-potencializar o mundo, elevando-o a sua virtualidade, ou a uma modalidade tal, a partir da qual ele é capaz de ser então atualizado, segundo novas problemáticas, alinhadas, por sua vez, segundo os mais diversos interesses. Entretanto, é preciso entender que este poder de repotencialização da informática reside justamente em sua capacidade de múltiplas reproduções de fantasmas informacionais do mundo, sobre a base tecno-científica de um objeto híbrido, o computador. O que nos leva a questionar o que Lévy afirma, se seria repotencialização ou des-pontencialização? [MCC]