projeto da verdade do seer

Entwurfs der Wahrheit des Seyns

A questão é que a tonalidade afetiva fundamental afina o ser-aí e, com isto, o pensar como PROJETO DA VERDADE DO SEER na palavra e no conceito. A tonalidade afetiva é a pulverização do estremecimento do seer como acontecimento apropriador no ser-aí. Pulverização: não como um mero desaparecimento e extinção, mas, ao contrário: como guarda da chama no sentido da clareira do aí de acordo com a plena abertura do fosso abismal do seer. A tonalidade afetiva fundamental do outro início quase não tem como ser jamais nomeada por meio de um nome; e isto se mantém até mesmo na transição para ele. A pluralidade de nomes, porém, não nega a simplicidade dessa tonalidade afetiva fundamental e só mostra em meio ao inconcebível todo o seu caráter simples. A tonalidade afetiva fundamental se chama para nós: o espanto, a retenção, o pudor, o pressentimento, o abrir-se para o pressentimento. (tr. Casanova; GA65: 6)

O salto é a realização do PROJETO DA VERDADE DO SEER no sentido da inserção no aberto, de tal modo que aquele que joga o projeto se experimenta como jogado, isto é, como apropriado pelo acontecimento por meio do seer. A abertura por meio do projeto é apenas tal abertura, se ela acontecer como experiência do caráter de jogado e, com isso, do pertencimento ao seer. Essa é a diferença essencial em face de todos os tipos de conhecimento apenas transcendentais no que concerne às condições de possibilidade. (tr. Casanova; GA65: 122)

O que se tem em vista é sempre apenas o PROJETO DA VERDADE DO SEER. O próprio jogador, o ser-aí, é jogado, apropriado em meio ao acontecimento pelo seer. (tr. Casanova; GA65: 182)

O ser-aí funda enquanto insistência o a-bismo ejetado no acontecimento da apropriação pelo seer e, contudo, suportado por ela naquele ente, como o qual o homem é. Mas o ser desse ente só determina a si mesmo a partir do ser-aí, na medida em que, a partir dele, o homem é transformado na guarda da urgência dos deuses. O homem que é marcado por tal essência ainda por vir não “é” enquanto ente originariamente, mas apenas o seer é. No entanto, o homem determinado de acordo com o modo de ser do ser-aí se distingue, de qualquer modo, uma vez mais de todo ente, na medida em que sua essência é fundada no PROJETO DA VERDADE DO SEER, verdade essa cuja fundação assume a responsabilidade por ele como o que é mediatamente apropriado em meio ao acontecimento para o seer. Desse modo, o homem é excluído do seer e, contudo, jogado precisamente na verdade do seer, de tal modo que a exclusão é suportada de acordo com o caráter de ser-aí na rejeição como uma exclusão que se encontra ligada ao ser. O homem é como uma ponte constante no entre, como o qual o acontecimento apropriador atribui a indigência dos deuses para a guarda do homem, na medida em que ele assume a responsabilidade pelo homem e o entrega ao ser-aí. Tal assunção da responsabilidade atributiva, da qual emerge o caráter de jogado, traz o ser-aí para o arrebatamento extasiante em meio ao seer, que aparece para nós em primeiro plano como o PROJETO DA VERDADE DO SEER e, em primeiríssimo lugar e antes de tudo, como o primeiro plano voltado para a metafísica como compreensão de ser. Por toda parte, entretanto, não permanece aqui nenhum lugar para a interpretação do homem como “sujeito”, nem no sentido do sujeito egoico, nem no sentido do sujeito social. O arrebatamento extasiante, porém, também não é nenhum estar-fora-de-si do homem sob a forma de um desprender-se de si. Ele fundamenta muito mais a essência da ipseidade, que significa: o homem tem sua essência (guarda do seer) como sua proprie-dade, na medida em que ele se funda no ser-aí. Ter a essência como proprie-dade, contudo, significa: precisar levar a termo de maneira jurisdicional a apropriação e a perda do fato de que ele é e como ele é o apropriado em meio ao acontecimento (o arrebatado de maneira extasiante para o interior do seer). Ser próprio, proprietário expresso da essência, e suportar e não suportar de maneira jurisdicional esse caráter próprio sempre de acordo com a a-bissalidade do acontecimento da apropriação: isso é o que constitui a essência da ipseidade. O caráter de si mesmo não tem como ser concebido nem a partir do “sujeito”, nem mesmo a partir do “eu” ou da “pessoalidade”. Ao contrário, ele só tem como ser concebido a partir da insistência no pertencimento de guarda ao seer, o que significa, no entanto, a partir de um lançamento na direção da urgência dos deuses. Ipseidade é o desdobramento da propriedade da essência. O fato de o homem ter sua essência como sua propriedade diz que essa sua essência se encontra sob o risco constante da perda. E esse risco é a ressonância do acontecimento da apropriação, a entrega da responsabilidade ao seer. (tr. Casanova; GA65: 271)