escuta

Hören

Toda a questão relativa à causa do pensamento (Sache des Denkens), toda interrogação (Nachfragen) que concerne à sua essência (Wesen) já estão sustentadas pelo consentimento (Zusage) daquilo que deve colocar-se em questão (Frage). Por isso, o gesto próprio do pensamento atualmente necessário não é tanto questionar, mas escutar esse consentimento. Como no entanto a escuta é uma escuta da palavra (Wort) que nos vem ao encontro, a escuta do consentimento (Hören der Zusage) do que se dá a pensar aparece frequentemente como uma pergunta em busca de respostas. Caracterizar o pensamento como escuta é algo que soa muito estranho e também não chega a atingir a clareza aqui necessária. Mas justamente o que constitui o próprio da escuta é de só receber definição e clareza daquilo que pelo consentimento apresenta um sentido. Algo já se mostra aqui: a escuta assim descrita é o consentimento entendido como o que se apropria no dizer e sua saga, com a qual a essência da linguagem está aparentada. Conseguindo visualizar a possibilidade de uma experiência (Erfahrung) pensante com a linguagem (Sprache), poderemos adquirir mais clareza sobre em que sentido o pensamento é escuta do consentimento. (GA12)