Veranlassen
faire-venir
No sentido deste deixar, responder e dever são um deixar-viger. A partir de uma visão da experiência grega de responder e dever, de aitia, portanto, damos aqui à expressão deixar-viger um sentido mais amplo, de maneira que ela evoque a essência grega da causalidade. O significado corrente e restrito da expressão deixar-viger diz, ao contrário, apenas oferecer oportunidade e ocasião, indicando assim uma espécie de causa secundária e sem importância no concerto total da causalidade. Onde, porém, se joga o jogo de articulação dos quatro modos de deixar-viger? Eles deixam chegar à vigência o que ainda não vige. (GA7, pag. 16)
Assim, os modos do deixar-viger, as quatro causas, jogam no âmbito da pro-dução e do pro-duzir. É por força deste último que advém a seu aparecimento próprio, tanto o que cresce na natureza como também o que se confecciona no artesanato e se cria na arte. Mas como é que se dá e acontece a pro-dução e o pro-duzir, seja na natureza, seja no artesanato, seja na arte? O que é a pro-dução e o pro-duzir em que jogam os quatro modos de deixar-viger? O deixar-viger concerne à vigência daquilo que, na pro-dução e no pro-duzir, chega a aparecer e apresentar-se. (GA7, pag. 16)
Pois é no desencobrimento que se funda toda a pro-dução. Esta recolhe em si, atravessa e rege os quatro modos de deixar-viger a causalidade. (GA7, pag. 17)
Quem constrói uma casa ou um navio, quem funde um cálice sacrificial desencobre o a ser produzido nas perspectivas dos quatro modos de deixar-viger. (GA7, pag. 18)
Por isso, apesar de ter abandonado a representação de objetos que, até há pouco, era o único procedimento decisivo, a física moderna nunca poderá renunciar à necessidade de a natureza fornecer dados, que se possa calcular, e de continuar sendo um sistema dis-ponível de informações. Trata-se de um sistema que se determina por uma concepção mais uma vez alterada de causalidade. Agora a natureza já não demonstra nem o caráter de um deixar-viger produtivo nem o modo de ser da causa efficiens ou até da causa formalis. (GA7, pag. 26)