A fonte principal das doutrinas medievais das ideias divinas é a questão 46 do De diversis questionibus 83 de Agostinho de Hipona. As ideias aí são definidas como “formas primordiais” ou razões estáveis e imutáveis das coisas”. Elas não resultam de qualquer outra forma, “pois elas permanecem eternas e permanentes no pensamento divino”. Agostinho identifica estas ideias com as Ideias de Platao e estabelece que elas não são fora de Deus mas em seu pensamento, que elas “são os arquétipos (rationes) de toda espécie ou de todo indivíduo criados por Deus” (Étienne Gilson), que elas são incorruptíveis, imutáveis, as únicas verdadeiras e que tudo que existe existe por antecipação a elas. Exclusivamente intelectual, seu conhecimento não é possível a não ser a um pequeno número de pessoas aptas a conhecê-las. [NP]