Estes termos são intraduzíveis, o hardware é a maquinaria pesada em geral, o software é a tecnologia — e em especial o conjunto de programas que instruem os sistemas de controle — utilizados para colocar o hardware em funcionamento.
Uma rápida consideração sobre a evolução do sistema industrial esclarece a respeito dos motivos da distinção. Consideremos um tear: é uma peça do hardware. A compreensão do mecanismo e dos modos de funcionamento do tear são-nos acessíveis a um rápido exame da máquina. As partes relevantes do tear, e suas respectivas funções, são perfeitamente compreensíveis quando, olhamos a máquina em funcionamento. O tear não encerra nenhum mistério para o leigo; construí-lo pode depender de alguma habilidade mecânica, mas para que compreendamos seu funcionamento não é necessário nenhum manual técnico ou nenhuma explicação excepcional. Nós simplesmente vemos e entendemos.
Considere-se agora um computador. Trata-se de uma máquina totalmente misteriosa. Não só a sua construção depende de uma habilidade que transcende a habilidade mecânica como também para que possamos compreender o seu funcionamento, são necessárias diversas explicações “técnicas”. O funcionamento do computador não se revela a nós com a intuitividade característica do funcionamento do tear. E, ao mesmo tempo, o computador vai ser utilizado no controle do hardware de uma indústria. Mas o que controla o computador que controla a indústria? São os maços de programas, instruções e indicações que os técnicos analistas de sistemas (v. análise de sistema) prepararam para modelar rigorosa e cuidadosamente o funcionamento da indústria. A indústria toda é o hardware; os programas, instruções e análogos, o software. [Francisco Antônio Dória]